Encerrando ciclos

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Semana passada falei sobre mudanças, o quanto é difícil mudar, o quanto as pessoas são resistentes à mudança e de como é fácil nos acomodarmos e ficarmos na inércia por tempo indeterminado.

Dando continuidade ao tema, hoje gostaria de compartilhar com vocês um texto que sempre gostei e que eventualmente indico a leitura para meus pacientes. Ele é de autoria de uma psicóloga colombiana chamada Sonia Hurtado e que foi traduzido e adaptado pelo escritor Paulo Coelho.

É um texto que nos faz pensar se sabemos lidar com perdas, com as mudanças que são mais que necessárias em diferentes etapas da vida e de como é difícil ter que abrir mão de alguma coisa ou alguém, tomar uma decisão e seguir em frente.

Cada ciclo vivido é uma experiência diferente, que traz aprendizado, crescimento e amadurecimento. Aceitar a mudança e lidar com ela, praticando o desapego, saindo do comodismo, preparando-se para o novo é necessário. A vida é um eterno aprendizado, repleta de novas fases e etapas que devem ser experimentadas e renovadas.

Como disse Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”

E você, pronto para o encerramento de uma etapa da vida e para um novo começo?

(*) Adriana Takahashi – Contato: [email protected]

Encerrando Ciclos

“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos – não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
 
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
 
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
 
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
 
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração – e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
 
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
 
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
 
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa – nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos.

Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.”

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