Prós e contras das dietas da moda

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A convite de  da Revista Claúdia, 11 profissionais feras avaliaram com lupa os cardápios mais seguidos pelas brasileiras. Eles apontam os pontos fortes e fracos de cada um, dão notas.

Serve para nos alertar e evitar algumas armadilhas.

Avaliação das dietas da moda

Dieta Como é: O que promete: Pontos a favor: Pontos contra: Nota:
Pirâmide alimentar



Ensina como distribuir os cinco principais grupos de alimentos no cardápio diário. Na base da pirâmide, os carboidratos integrais (pães, arroz, massas), que são consumidos em maior quantidade (de 5 a 9 porções), seguidos pelos vegetais (de 4 a 5) e frutas (de 3 a 5), leite e derivados magros (3), carnes e ovos (2), leguminosas, como feijão e lentilha (1 ou 2 porções), e, por último, açúcares, doces, óleos e gorduras (1). Emagrecimento saudável, sem riscos para o organismo. A perda pode ser de meio a 1 quilo por semana. O endocrinologista Márcio Mancini, de São Paulo, deu nota máxima a essa dieta. “É muito saudável. Estimula o consumo balanceado de todos os grupos de alimentos e fornece os nutrientes essenciais para o organismo.” A dieta é pouco restritiva. “Se respeitar a quantidade das porções, você pode fazer suas escolhas e comer quando quiser”, diz a nutricionista Thaís Arthur, de São Paulo. Uma dificuldade é “decorar” o tamanho da porção de cada alimento. No caso das frutas, por exemplo, uma porção nem sempre é a fruta inteira. Pode ser uma fatia, uma xícara de chá, um determinado número de unidades.

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Dieta do Mediterrâneo


Inspirada na alimentação dos povos do Mediterrâneo, conhecida pela cozinha leve e saudável, é rica em frutas, verduras, cereais, oleaginosas (amêndoas, azeitonas, nozes), peixes e leite e derivados. sTudo regado a vinho e azeite, amigos do coração.

As mudanças no cardápio propostas por essa dieta levam à perda de peso, pois os alimentos indicados são menos calóricos. “A quantidade de quilos que se perde depende da idade e das atividades físicas diárias de cada pessoa”, garante o nutrólogo Edson Credidio, de Campinas (SP). É altamente benéfica. Estudos já comprovaram o poder dos nutrientes presentes no azeite, no peixe e nas oleaginosas, com ômega 6 e 9, de diminuir os níveis de colesterol e, assim, prevenir doenças cardiovasculares. Os alimentos mais importantes, como peixe, azeite e oleaginosas, podem pesar no orçamento do mês. Outro complicador é mudar o hábito arraigado de comer carne várias vezes por semana. “O ideal é ingerir peixe regularmente e carnes magras de vez em quando”, sugere Credidio.

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Dieta dos pontos


O endocrinologista Alfredo Halpern propõe substituir as calorias dos alimentos por pontos. Assim, você monta seu cardápio como quiser desde que não ultrapasse os 320 pontos por dia, no caso das mulheres. De acordo com o médico, as escolhas devem ser sensatas. Reserve, por exemplo, de 160 a 176 pontos para os carboidratos, de 33 a 50 para as proteínas e até 96 para as gorduras do bem. Perda de cerca de 4 quilos por mês. Para a nutricionista Mônica Beyruti, de São Paulo, a liberdade de escolha leva a uma boa adesão à dieta. “Dá para fazer refeições balanceadas se a pessoa seguir as orientações dos livros ou do médico”, diz o endocrinologista Márcio Mancini. Em seu último livro, A Nova Dieta dos Pontos, Alfredo Halpern indica a substituição da farinha branca pela integral, hábito que pode prevenir várias doenças. Há grande risco de fazer substituições pouco saudáveis. Optar por alimentos de um só grupo, por exemplo, pode causar deficiência de nutrientes. E mais: quem se esquece de anotar tudo o que come pode não ter sucesso. “É preciso ter muita disciplina para escrever diariamente os alimentos e seus respectivos pontos e comer corretamente”, alerta a nutricionista Mônica Beyruti.

9

Vigilantes do Peso


O grupo nasceu nos Estados Unidos há 45 anos. Todos os alimentos recebem uma pontuação levando em conta calorias, fibras e gorduras. Cada associado, de acordo com o peso, pode consumir uma cota diária de pontos. Ele faz as escolhas livremente desde que não ultrapasse sua cota. Há reuniões semanais de apoio em que a pessoa se pesa e troca experiências com outros seguidores. As reuniões e o apoio dos orientadores leva a mudanças de hábitos, que reduzem gradativamente o peso sem provocar fome nem causar danos à saúde. A dieta proposta baseia-se na pirâmide alimentar e é equilibrada. Pode ser seguida por tempo indeterminado, pois oferece refeições balanceadas e com todos os nutrientes necessários. As reuniões estimulam tanto a adesão ao emagrecimento quanto a manutenção do novo peso. “Há uma verdadeira ojeriza à medicação por parte de alguns orientadores. Isso é perigoso, pois há casos em que é necessário, sim, o uso de remédio. Antes de aderir ao programa, é fundamental consultar um médico”, diz Márco Mancini.

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Dieta de South Beach


A primeira fase da dieta criada pelo cardiologista americano Arthur Agaston dura 14 dias e restringe a ingestão de carboidratos. “Assim, há queda dos níveis de açúcar no sangue, o que ajuda a diminuir o desejo por doces e pães”, diz a nutricionista Fernanda Scheer, de São Paulo. Na segunda fase, os carboidratos integrais são reintroduzidos e, na terceira fase, é permitido um doce por semana. Perda de 3 a 5 quilos na primeira fase e de meio a 1 quilo por semana até atingir o peso desejado. Estimula o consumo de alimentos saudáveis, como carnes magras, carboidratos integrais e gorduras menos prejudiciais ao organismo e não limita agressivamente a quantidade de comida. A endocrinologista Vânia Assaly, de São Paulo, também aponta como fator positivo o fato de a dieta ser feita em fases para que o organismo favoreça a perda de peso sem causar danos à saúde a longo prazo. “É difícil abandonar totalmente a ingestão de carboidratos e frutas nas duas primeiras semanas. Muitas pessoas sofrem com prisão de ventre, dor de cabeça e falta de disposição para fazer exercícios”, revela Vânia. Além disso, o alto consumo de proteínas pode sobrecarregar os rins e provocar cetose, fenômeno que leva à queima de gordura, mas não de forma saudável.

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Dieta do shake


Febre desde os anos 1980, consiste em substituir uma ou duas refeições diárias por um pó industrializado, que, misturado à água ou ao leite, contém os mesmos nutrientes de uma refeição, porém com menos calorias. Perda de peso rápida, em torno de 4 quilos em 15 dias. Pode ser um substituto ocasional de refeição quando não há tempo de prepará-la adequadamente. “Em termos nutricionais, os shakes são equilibrados e, portanto, é bem melhor ingeri-los do que ficar sem comer ou optar por guloseimas, como bolachas e salgadinhos”, diz a nutricionista Cynthia Antonaccio, de São Paulo. “Fiz análise em shakes do mercado e verifiquei que, em alguns, há carência de aminoácidos essenciais provenientes da carne, do leite e dos ovos, o que pode causar anemia”, alerta Edson Credidio. Além de não ajudar a mudar o comportamento alimentar, é digerido rapidamente e não sacia.

5

Dieta da proteína


Desenvolvida pelo médico americano Robert Atkins, valoriza a ingestão de proteínas, incluindo as ricas em gorduras saturadas, como as da picanha. Prega o corte drástico de carboidratos e fibras, presentes em pães e frutas. “O objetivo é alterar o metabolismo para que ele queime a gordura corporal em vez de glicose e inibir o apetite”, diz a nutricionista Danielli Filipe, de São Paulo. Perda de peso rápida, em alguns casos em torno de 5 quilos em 15 dias. Desestimula a ingestão de grandes quantidades de carboidratos. “Além disso, um estudo publicado no New England Journal of Medicine, em 2003, demonstrou que, quando feita sob supervisão médica por no máximo três meses, leva ao aumento do colesterol bom”, conta a médica Vânia Assaly. O alto consumo de gordura saturada não é saudável. Isso pode levar à sobrecarga hepática e renal e a doenças cardiovasculares. A nutricionista Alessandra Rodrigues, de São Paulo, condena a exclusão de carboidratos bons, como os integrais, que são ricos em fibras e em vitamina B e zinco, essenciais para o bom funcionamento do sistema imunológico e digestivo.

4

Dieta Ortomolecular




Os médicos ortomoleculares indicam a seus pacientes uma dieta rica em alimentos antioxidantes, capazes de combater os radicais livres, responsáveis por oxidar as células. Eles também preferem as preparações frescas em vez das industrializadas, os carboidratos integrais e as proteínas leves, como peixes. Há restrições a carne vermelha, açúcar e pães feitos de farinha branca. Perda de peso, ativação do metabolismo e melhora da pele e do cabelo. Segundo o endocrinologista Tércio Rocha, do Rio de Janeiro, a compreensão do papel desempenhado por vitaminas, minerais, aminoácidos e gorduras poli-insaturadas na formação das moléculas é um fator positivo. “Todas as nossas células são feitas desses nutrientes, encontrados nos alimentos. Eles são fundamentais para o bom funcionamento do organismo”, revela. Pacientes da medicina ortomolecular podem ser vítimas de excessos. “A indicação exagerada de suplementos é capaz de gerar toxicidade ao organismo”, diz Tércio Rocha. Para Márcio Mancini, embora a ideia seja interessante, ainda não há comprovação científica da eficácia do método.

3

Dieta do tipo sanguíneo


Criada pelo médico americano Peter James D’Adamo, relaciona os benefícios e os malefícios dos alimentos com o tipo sanguíneo. Ele faz correlações antropológicas para justificar sua teoria. De acordo com ela, as pessoas do tipo O pertencem ao grupo dos carnívoros, devem comer proteínas e têm dificuldade em absorver carboidratos. Já as do tipo sanguíneo A são típicos vegetarianos. Atingir o peso ideal com a ingestão de alimentos adequados ao tipo sanguíneo. “Pode despertar a consciência em relação a reações individuais a determinados alimentos”, diz a nutricionista Mariana Fontana, de São Paulo Para Márcio Mancini, nenhuma teoria ligada a esse tipo de dieta encontra comprovação científica. “Certos indivíduos têm realmente reações a determinadas substâncias presentes nos alimentos, mas isso acontece com pessoas de qualquer tipo sanguíneo. Não faz sentido”, concorda Vânia Assaly.

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