Nem sempre ter um prato verdinho é garantia de que você está se alimentando direito
Você pensa que ter uma alimentação saudável é sempre positiva? Pois, saiba que, assim como tudo o que é exagero faz mal, não poderia ser diferente em relação aos hábitos alimentares saudáveis. A nova onda de comida orgânica e livre de gordura trans pode estar difundindo na cabeça das pessoas a essencialidade dos bons hábitos alimentares. Isso é bom, mas o que dizer quando a diferença entre preocupação com a alimentação vira obsessão? Acredite, isso já foi notado na população e está sendo chamado pelos especialistas de ortorexia.
O que é Ortorexia?
A chamada ortorexia nervosa é caracterizada pela obsessão patológica pelo consumo de alimentos saudáveis e pelos cuidados com os alimentos. Segundo os especialistas, isso é prejudicial porque acaba interferindo em vários aspectos da vida da pessoa, tanto em relação ao tempo em que ela fica refém de preparar e escolher os alimentos, quanto ao convívio social. “A pessoa passa a não fazer refeições fora de casa, a não comer nada preparado por outra pessoa, ela se incomoda com os hábitos dos outros, ou seja, ela acaba perdendo o limite do que é cuidar da saúde e o que é obsessão”, explica a nutricionista da Unifesp, Camila Leonel.
Para que você entenda melhor o que é preciso para ter uma alimentação realmente saudável, sem cair nas pegadinhas de senso comum, Vamos desvendar algumas questões. Confira:
1.Cortar de vez doces e gorduras
Errado. Muitas pessoas pensam que para reeducar a alimentação é preciso cortar o mal pela raiz. Porém, comer guloseimas e gordura eventualmente não quer dizer ter uma alimentação ruim. Ninguém está livre de comer um doce ou de usar óleo para fazer comida. O problema é só quando isso passa a ser exagero. Na alimentação saudável entra de tudo. Por isso, não é nenhum crime querer um docinho de vez em quando.
2.Quanto menos calorias melhor
As calorias são grandes inimigas de quem resolve fazer dieta? Não necessariamente. Quem quer ter uma alimentação saudável não precisa ficar se preocupando demais com as calorias. Às vezes temos produtos alimentares que são mais calóricos e mais vantajosos. Um bom exemplo é um pão de forma normal e um pão de forma integral. O integral é até mais calórico, porém a quantidade de fibras compensa as calorias extras e acaba sendo melhor optar pelos integrais. É sempre melhor avaliar quais benefícios os alimentos podem trazer ao organismo em vez da quantidade de calorias que ele vai trazer.
3.Só na saladinha
Dica: não fique. Se você pretende ter realmente uma alimentação saudável, não pode focar apenas em um grupo alimentar. Aqui cabe definir que a lógica da alimentação completa e equilibrada é incluir no cardápio um pouco de cada grupo alimentar, ou seja, uma fonte de energia, vitaminas, minerais e proteínas. Se você ficar só na salada, dificilmente vai conseguir satisfazer todas as necessidades de nutrientes do seu organismo. Sem contar que uma hora vai enjoar de fazer sempre a mesma refeição.
4. Fora, industrializados!
Tem gente que faz uma verdadeira guerra contra eles. Mas, será que é válido dedicar todos os nossos esforços no combate aos industrializados ou é mais vantagem tentar controlar a qualidade e a quantidade do que ingerimos? É praticamente impossível viver apenas consumindo produtos naturais, por isso, a consciência de que ser saudável é equilibrar é, novamente, muito importante. Uma vez ou outra consumir um produto congelado ou enlatado não é problema, desde que se controle os excessos e se evite aqueles produtos que fazem mal especificamente para o seu organismo.
5.Não gosto disso e não me faz falta
Dependendo do alimento, sim, você pode seguir seu desejo e evitá-lo. Desde que você ache um substituto equivalente.
Se a pessoa apresenta uma resistência aos legumes, por exemplo, o ideal é que ele consuma bastantes frutas, que pertencem ao mesmo grupo alimentar. Mas, essa medida é a curto prazo, porque o trabalho que fazemos a longo prazo ensina que uma pessoa precisa começar a experimentar novos sabores para agregá-los à alimentação, propiciando variedade.
6.Ser vegetariano é ser mais saudável
Não necessariamente. Um dos maiores mitos que se criou hoje em dia é em relação à comida vegetariana. Aqueles que resolvem aderir de vez o cardápio precisam ficar atentos se não estão fazendo as substituições erradas na hora de se alimentar. De acordo com o endocrinologista Fillipo Pedrinola, a dieta vegetariana é caracterizada por níveis reduzidos de gorduras saturadas, colesterol e proteínas animais, e níveis superiores de carboidratos, fibras, potássio e antioxidantes. Mas isso não significa que os vegetarianos não engordem. “É frequente vermos vegetarianos acima do peso. Isso ocorre, na maioria dos casos, porque a dieta puramente vegetariana muitas vezes não é capaz de suprir a quantidade necessária de proteínas, a menos que seja muito bem orientada”, afirma ele.
7.Queime todos os carboidratos
Como toda fonte de energia, os carboidratos servem para serem gastos. Mas, alto lá: não se esqueça de repor tudo de volta. Carboidratos são essenciais para o organismo, na medida em que são responsáveis por atividades corriqueiras como andar, correr e trabalhar.
As pessoas costumam achar que precisam bani-los da dieta para não engordar. Tem até dieta que propõe cortes desse grupo. Mas isso, além de ser um erro, pode comprometer a saúde, uma vez que sua ingestão também alimenta as células do corpo, em especial as do sistema nervoso central. Carboidratos não podem ser cortados da dieta. Muito pelo contrário, é recomendado seguir uma alimentação que forneça pelo menos 50% do seu total calórico deste grupo alimentar.
Fonte: Minha Vida
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