Apesar de tantas campanhas e de ninguém questionar as vantagens, uma em cada quatro mulheres enfrenta dificuldades na hora de amamentar. Foi à conclusão que o Centro de Referência Estadual em Bancos de Leite Humano do Piauí em sua pesquisa que avaliou 1.800 mulheres que deram à luz entre fevereiro e março deste ano.
Delas, 435 -24% do total- apresentaram algum problema no aleitamento, sendo os mais comuns mamas cheias demais, baixa produção de leite, fissura do bico do seio e dificuldade no posicionamento do bebê.O segundo problema mais frequente foi a baixa produção, que é evitada dando de mamar com frequência.
Eu como muitas mães de primeira viagem tive muita dificuldade para amamentar o meu primeiro filho. Muitos foram os palpites, mas o que deu resultado foi a minha insistência. Agora posso compartilhar informações que eu não tinha na época.
Dicas importantes:
Dr. Ary Lopes Cardoso, pediatra, Chefe da Unidade de Nutrologia do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP. Diz o seguinte:
1. Qual é o intervalo ideal entre as mamadas? Existe um padrão a ser seguido?
De um modo geral, após os primeiros dias de vida e com um pouco de paciência, a interação mãe-criança começa a acontecer. Em média, um ritmo adequado é a criança mamar durante cerca de 10 a 15 minutos em cada seio, e que voltar a mamar após um intervalo de duas horas e meia para mais. É importante lembrar que um recém-nascido normal não leva nem 5 minutos para mamar todo o leite que está no seio materno. Não há necessidade de acordar o lactente para amamentá-lo. Em casos excepcionais, como prematuros, bebês com patologias relacionadas com a deglutição ou crianças de risco metabólico, os intervalos de mamadas devem ser discutidos com o médico.
2. Existe leite fraco? Como saber se o leite materno é “forte” ou “fraco”?
Não existe leite materno fraco. O leite da mãe é sempre igual e é a melhor opção para alimentar os lactentes. São raras situações como desnutrição materna que podem levar a mudanças na composição do leite.
3. O leite materno possui muitos nutrientes em sua composição. Qual é a importância dos prebióticos para a saúde do bebê?
O lactente que recebe os prebióticos – um tipo de carboidrato que não é digerido no intestino delgado e o terceiro maior componente do leite materno -, têm menor chance de apresentar quadros de alergia e de infecções do que aquele que não recebe esse tipo de nutriente. Esses elementos também estimulam o crescimento de bactérias benéficas no intestino, como as bifidobactérias e os lactobacilos que fortalecem o sistema imunológico dos bebês.
4. Se o bebê sentir sede entre as mamadas, é preciso dar água ou chá para ele?
O leite materno tem teor de água superior a 90%. Por isso, não se indica a oferta de água e outros líquidos entre as mamadas. O próprio leite materno supre as necessidades da criança quanto à hidratação.
5. A mãe que amamenta precisa comer mais do que o habitual para produzir mais leite?
A mulher que amamenta precisa adotar uma dieta que preencha as necessidades nutricionais para esta fase, que de fato são maiores. No entanto, isso não quer dizer que ela deva ingerir grandes quantidades de comida. O ideal é que ela faça pequenas refeições mais vezes ao dia, de preferência sob orientação de um médico e/ou nutricionista a respeito da melhor dieta.
6. Certos alimentos como canjica e cerveja preta aumentam a produção de leite materno?
Os alimentos lácteos e maltosos (no caso da cerveja preta) são fontes de proteínas, gorduras e carboidratos. Quando ingeridos na forma líquida, a água presente em suas composições pode favorecer a produção de leite. No entanto, qualquer alimento rico desses nutrientes e em água pode ser interessante para a mulher que amamenta. Também é importante ressaltar que nenhum alimento deve ser consumido em exagero e que bebidas alcoólicas são contra-indicadas para a mulher em fase de amamentação.
Fonte: Folha online, Portal Nopi
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