POR QUE É TÃO DIFÍCIL RESISTIR A ALGUNS ALIMENTOS?

POR QUE É TÃO DIFÍCIL RESISTIR A ALGUNS ALIMENTOS?

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Alguns alimentos, como chocolate, café e gordura, causam um tipo de dependência semelhante à de drogas. O resultado é que você acaba comendo compulsivamente, mesmo quando não está lá com muita vontade. Aprenda a reconhecer o seu vício e formas de livrar-se dele.
A  Associação dos Comedores Anônimos (ACA) ainda não foi criada. Mas, se existisse, certamente teria um número grande de sócios.

 

A comida pode ser um vício. Não estamos falando aqui de pessoas que comem o tempo todo, mas daquelas que criam uma predileção por determinados alimentos e passam a depender deles para funcionar direito, ou não conseguem controlar a quantidade ingerida. “Isso costuma acontecer com alimentos altamente palatáveis e de alta densidade energética, ricos em açúcar, gordura e farinhas refinadas”, diz a nutricionista Andréia Naves, diretora da VP Consultoria Nutricional (SP). E completa: “Eles geram um consumo compulsivo e incontrolável e, consequentemente, uma sensibilização do organismo à substância, com sintomas típicos quando é suprimido, como ansiedade, agressividade e alterações de humor”.

 

Só que, diferentemente das drogas, os alimentos são necessários à vida. Comer é um comportamento que envolve vários processos hormonais. Por isso, fica tão difícil comprovar que a vontade excessiva de ingerir algo seja um vício. Mas a cada dia novas pesquisas comprovam que certos alimentos podem, sim, alterar o funcionamento cerebral, como faz a cocaína, por exemplo. Boa parte dos experimentos foi feita com ratos, uma vez que é um risco grande desenvolver propositadamente o vício em uma pessoa.

 

Chocolate

O carboidrato presente no chocolate aumenta a disponibilidade no cérebro do triptofano, que se transforma em serotonina, o neurotransmissor responsável pelo bem-estar. “Além disso, o chocolate contém anandamida, outro componente que induz a sensação de calma e bem-estar”, explica a endocrinologista Anete Abdo. “Os compostos ativos da maconha também produzem excitação imitando a anandamida. Mas a quantidade presente na droga é muito maior do que aquela do chocolate”, completa Anete. E não se pode esquecer que o chocolate contém cafeína — cerca de 16 mg a 36 mg por barra de 50 g (contra 40 mg a 130 mg por xícara de café).

 

Café

Os mecanismos da dependência são variados e nem todos bem explicados. Um deles é que a cafeína bloqueia a ação da adenosina, substância calmante produzida pelo cérebro; e aumenta os níveis de dopamina e noradrenalina, responsáveis pelo bem-estar. Quando se suprime o cafezinho, a pessoa sente-se com pouca energia. Daí a necessidade de tomar mais. Além disso, a bebida é vasoconstritora, o que ajuda a aliviar a dor de cabeça provocada pela dilatação dos vasos cranianos. Assim, a pessoa toma café para livrar-se da cefaleia, e, assim que o efeito passa, a dor volta, obrigando a pessoa a beber mais. A cafeína também está presente em chás e refrigerantes, embora em quantidade inferior, mas contribui para seu potencial “viciante”. Importante: para não atrapalhar o sono, é bom evitar a cafeína depois das 16h.

 

Carboidratos refinados

Pães, massas e biscoitos feitos com farinha refinada — aquela branca — são capazes de mudar a química cerebral, aumentando os níveis de serotonina, o neurotransmissor que dá a sensação de bem-estar.

 

Açúcar

“Quanto mais açúcar ingerimos, mais insulina precisamos fabricar para metabolizá-lo. Quando os níveis de insulina estão muito altos, o cérebro não fica sabendo quanta gordura há estocada e manda sinais para o corpo ingerir mais alimentos. Em outras palavras, quanto mais doce comemos, mais temos vontade de comer”, explica a endocrinologista Anete Hannud Abdo, do Programa de Atendimento ao Obeso (PRATO), do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. O açúcar age também no cérebro, aumentando a liberação de dopamina, responsável pela sensação de prazer.

 

Gordura

O consumo por um tempo prolongado modifica o sistema de recompensa do cérebro e estimula a compulsão. No experimento realizado pelo Scripps Research Institute, quanto mais os ratos consumiam alimentos gordurosos, mais eles preferiam alimentos de pior qualidade nutricional.

Fonte: Viva Saúde

 

 

 

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