A autoestima é assunto recorrente, em todos os lugares e livros ouvimos falar dela.
Mas, o que é autoestima? Entende-se por autoestima o valor que a pessoa dá para si, é o que ela pensa e sente em relação a si
mesma (Branden). Ela está relacionada ao seu auto-conceito, autoimagem. Coopersmith diz que é a avaliação que o indivíduo faz e habitualmente mantém em relação a si mesmo. Para Dorothy Briggs, a autoestima é o juízo geral que a pessoa faz de
si mesma – o quanto gosta de si. “É um sentimento calmo de auto-respeito, um sentimento do próprio valor.” (Briggs, 2002).
Para Nathaniel Branden (psicólogo americano que estuda a autoestima há muitos anos), autoestima é a somatória da auto-confiança (segurança interior) e do auto-respeito (tendo consciência e aceitando seus limites). Ainda conforme Nathaniel Branden, ter a autoestima elevada é sentir-se adequado à vida, merecedor.
Complementando, Briggs diz que quando se tem uma boa autoestima, o indivíduo não despende seu tempo e nem sua energia tentando impressionar os outros, pois este já conhece o seu próprio valor.
Quando existe um sentimento de inadequação frente à vida, às pessoas, sentimento de menos valia, depressão e ansiedade, a autoestima é considerada baixa. Indivíduos que têm autoestima rebaixada sentem-se errados como pessoa e não sobre apenas um aspecto específico da vida, estando geralmente está relacionada a falsos valores.
A autoestima começa a se constituir ainda na infância, a criança se espelha naqueles que são mais próximos, como os pais, familiares, amigos e se desenvolve conforme o tratamento que recebe dos mesmos. E é através desses espelhos que a criança irá se constituir como indivíduo, construindo sua própria identidade. Para Coopersmith, quando as crianças nascem, elas não vêm
ao mundo preocupadas em serem pessoas boas ou más, espertas ou estúpidas, amáveis ou não. Esses conceitos e diferenciação são formados no decorrer de seu desenvolvimento. Desenvolvem tais ideias e formam auto-imagens, sendo totalmente baseadas na maneira em que são tratadas por pessoas significantes, como pais, professores e amigos. Ou seja, a autoestima elevada vem da qualidade das relações entre a criança e os que desempenham papel significativo em sua vida.
Várias coisas contribuem para a diminuição da autoestima, como a timidez, insegurança, sentimento de rejeição e abandono, o medo, sentimento de culpa, perdas (por morte ou separação e financeiras) etc. Briggs diz que “a baixa autoestima está ligada a exigências impossíveis do eu”, ou seja, ao perfeccionismo e a auto-crítica exagerados do indivíduo.
Tendo em vista todas essas explicações, percebe-se que o conceito da palavra autoestima não é tão simples assim. Ela se forma no decorrer da vida, com os espelhos, vivências e conceitos que são absorvidos desde a infância.
Ela pode ser modificada e desenvolvida positivamente, todo mundo pode aumentar sua autoestima e sentir-se bem consigo mesmo, não importando o que os outros pensam ou falam de você. Dependerá somente da própria pessoa modificar essa visão de si, mesmo tendo vivenciado uma infância difícil, de frustrações e maus tratos, ela é a única pessoa que poderá se mobilizar para iniciar seu processo de conscientização e mudança de sua autoimagem.O que vale é o seu bem-estar e qualidade de vida.
Para se elevar a autoestima é preciso:
- Auto-conhecimento;
- Ter consciência de seus limites;
- Aceitar-se como você é tendo consciência de seus defeitos e qualidades;
- Lidar da melhor forma possível com suas dificuldades e/ou problemas, sem se cobrar demais e visando sempre seu
bem-estar; - Estar ou se sentir seguro consigo mesmo (auto-confiança);
- Não se comparar o tempo todo com os outros;
- Praticar uma atividade física.
Pessoas com baixa autoestima geralmente demonstram:
- Ser inseguras em seus relacionamentos interpessoais;
- Elevada auto-crítica e crítica em relação ao meio de convívio social externo;
- Intolerância a críticas, levando sempre para o lado pessoal;
- Necessidade de aprovação do outro;
- Há um rebaixamento significativo da auto-confiança;
- Sentimento de inadequação em todas as situações e com todos ao seu redor;
- Tendência a se comparar com os outros, sempre se auto-depreciando (a grama do vizinho sempre está mais verde);
- Desvalorização de si;
- Depressão;
- Ansiedade.
E com isso encerro esse artigo com trecho do livro de Nathaniel Branden:
“Quanto maior a nossa autoestima, mais bem equipados estaremos para lidar com as adversidades da vida; quanto mais flexíveis formos, mais resistiremos à pressão de sucumbir ao desespero ou à derrota. (…) Quanto maior a nossa autoestima, mais alegria teremos pelo simples fato de SER, de despertar pela manhã, de viver dentro dos nossos próprios corpos. São essas as recompensas que a nossa auto-confiança e o nosso auto respeito nos oferecem.”
Bom fim de semana!!
(*) Adriana Takahashi – Contato: [email protected]