Para ganhar, às vezes, é preciso perder.

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Olá, hoje postarei uma reportagem sobre como, no ciclo da vida, para ganharmos algo é preciso abrir mão ou deixar de ter outra coisa.
O texto é da jornalista Fabíola Zanetti.
Tenha uma boa leitura
Adriana Takahashi – Psicóloga Clínica
Chevaliers en parade - Salvador Dali

 

Quem gosta de perder algo ou alguém? Boa parte das pessoas não se encontra preparada para isso e, na maioria das vezes, não pára para refletir que, em alguns casos, perder é ganhar. As perdas e os ganhos fazem parte de um mesmo processo e não há como escalar o crescimento pessoal sem passar por momentos de renúncia e sofrimento. “A primeira perda tem início no nascimento, quando perdemos aquele lugar aconchegante e quentinho que era a barriga da mãe e ganhamos a oportunidade de
estar nesse mundo”, diz a psicóloga clínica Adriana Takahashi, de São Paulo. As pessoas passam por situações de transformação durante todo o ciclo da vida. Quando aprendem a andar, a fase escolar, o primeiro emprego, namorado. “Na verdade, essas situações fazem parte de um processo de maturação e crescimento pessoal e emocional”, diz. Tudo depende de como a pessoa enfrenta as fases mais cruciais da vida, de acordo com a psicóloga. Geralmente, as mudanças, sejam elas boas ou ruins, geram estresse, desencadeiam receio, medo de enfrentar o que é desconhecido.

“Porém, se os medos não forem combatidos, o indivíduo ficará estagnado, desanimado e até mesmo deprimido, sem forças para resolver os obstáculos ou desafios que surgem no decorrer da vida. Esses são os que preferem não arriscar e ficar com aquilo que têm, mesmo que seja ruim”, afirma a psicóloga. Por outro lado, há pessoas que lidam melhor com situações de perdas pelo fato de serem mais amadurecidas emocionalmente, pois percebem que existe um motivo por trás das situações. “São indivíduos capazes de refletir e perceber que estavam acomodados em um relacionamento que se arrastava por muito tempo, ou em um emprego que não supria as necessidades de crescimento e desenvolvimento pessoal”, afirma. Para lidar
melhor com essas situações, tanto de perdas quanto de ganhos, é preciso se auto-conhecer, saber o que sente, como se sente, refletir sobre o assunto por mais dolorido que seja e não culpar os outros pela situação atual, segundo a psicóloga cognitivo-comportamental de Rio Preto, Irene Araújo Corrêa.

Segundo ela, quando optamos por algo abrimos mão de outra coisa. Assim, somos frutos das escolhas que fazemos e das perdas no caminho. Contudo, quanto mais grave é a perda, do ponto de vista da pessoa, maior o impacto e a dificuldade de se refazer. “Muitas vezes, nossas perdas, pequenas ou grandes, são inexplicáveis para nós mesmos. Tentamos explicar, justificar, entender. Mas esse processo não precisa ser um sofrimento. Se a pessoa adquire discernimento e uma visão clara da realidade, as escolhas e as possíveis perdas podem ser encaradas como uma fase de mudança.” Para Irene, algumas pessoas sofrem mais porque não priorizam o que é importante na situação. “É preciso virar a página, entender que o passado deve ficar para trás, caso contrário se esquece de viver e aproveitar os momentos bons. Assim, o sentimento de perda parece não passar.”
Para iniciar uma possível mudança é preciso verificar o quanto algo está desconfortável. Analisar todas as circunstâncias, as suas reais possibilidades, motivações, perspectivas, expectativas e, principalmente, o próprio comportamento, pois ele pode contribuir para gerar as mesmas situações em uma nova escolha.
Dicas:
1- Evite as expectativas exageradas sobre as situações
2- Alguns ganhos dependem do entendimento da perda
3- Você não enxergará um ganho se não aceitar a perda
4- Tenha coragem e tente mudar sua postura
5- Se reestruture após uma perda, mantendo uma visão realista da situação
6- Pense em alternativas, em novos posicionamentos
7- Vire a página realmente
8- Entenda que ganhar ou perder é uma contingência da vida que tem como conseqüência a mudança
9- Lembre-se: é tão importante saber ganhar quanto saber perder

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