Qual o peso de suas emoções?

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O alimento faz parte da nossa dinâmica desde o início de nossas vidas, da nossa constituição como sujeito. Ao nascermos, logo somos alimentados.
A comida representa a união de pessoas. COMEmoramos  datas importantes como aniversários, uma promoção no trabalho, o casamento etc. Por um outro lado, a comida também pode ser usada como um conforto de algo que incomoda, por exemplo, quando a criança está nervosa ou chorando muito, a mãe ou algum familiar acaba dando a ela um pirulito ou uma bala para acalmá-la (ou o peito e mamadeira quando se é bebê). Ou seja, ao invés de se explicar e nomear o sentimento do filho e acalmá-lo de outras formas, a criança acaba sendo ‘gratificada’ com algo para comer. Assim a comida ganha outro significado, e a criança internaliza a seguinte mensagem: “quando me sinto insatisfeito ou nervoso, tenho que comer algo para me acalmar ou me satisfazer.” Criando assim uma relação errônea com o alimento.

Existem vários fatores que podem influenciar o indivíduo no processo de ganho ou manutenção de seu peso como propagandas, hábitos alimentares inadequados, fatores fisiológicos. Dentro disso também encontramos os aspectos emocionais que podem estar envolvidos nesse processo.

Agora eu pergunto a você: você consegue expressar suas emoções? O quanto as suas emoções influenciam no seu ganho ou perda de peso?
Se você consegue expressar suas emoções, ótimo. Provavelmente você é uma pessoa que se sente bem consigo mesma e com o meio que a cerca e sua autoestima está boa também. Caso a resposta seja negativa, provavelmente suas emoções e sentimentos ficam escondidos e represados em algum lugar do seu corpo.

Em muitos casos observamos que a dificuldade em expressar a emoção pode refletir diretamente no ganho ou na perda de peso. Quem nunca ouviu falar que quando fulano fica nervoso, não consegue comer nada? Ou o contrário, quando a pessoa fica muito ansiosa ou triste acaba comendo tudo o que vê pela frente ou ataca uma barra de chocolate?

Sim, muitas vezes o alimento funciona como uma fuga, uma tentativa de aliviar a angústia, a ansiedade, alguma frustração. Para quem tem sobrepeso ou é obeso, é bom refletir sobre sua conduta e comportamento em relação ao alimento. É preciso questionar-se: “eu estou comendo porque estou com fome ou somente para aliviar (temporariamente) alguma fustração, descontar a raiva etc?”

Essa semana, uma paciente que está em processo de emagrecimento, fazendo reeducação alimentar, estava relatando que nos momentos fora dos horários de refeição às vezes sentia fome. E nesses momentos ela sempre precisa se questionar se a fome que sente é uma fome física ou emocional (não confundir com a fome oculta, relatada neste post).  A fome física vem de uma necessidade fisiológica, o alimento nos dá energia e é também necessário para a nossa sobrevivência. Já a fome emocional está ligada aos nossos sentimentos, quando temos aquela sensação de desconforto. Estando a comida vinculada à busca de
prazer, que está associado ao alívio de sentimentos negativos (raiva, tristeza), do desconforto, alívio do estresse e da ansiedade.

A repetição contínua desse processo irá favorecer o ganho de peso e o acúmulo de gordura no indivíduo. Esse sentir-se constantemente com fome (fome emocional) gera um comportamento alimentar recorrente no qual chamamos de
compulsão, pois a pessoa busca nesse comer compulsivo o preenchimento de um vazio, de algo faltante (como por exemplo, amor, atenção, aceitação, aprovação). Então, assim percebemos o quanto o ganho de peso exagerado (escolher a ingestão indiscriminada de alimentos muito calóricos ou não saudáveis), pode prejudicar a qualidade de vida do sujeito, comprometendo seu bem-estar, rebaixando sua autoestima, sendo visto como a única maneira de aliviar seu conflito interno.

Existe também uma dificuldade em impor limites, são pessoas que ficam caladas, “engolindo sapo”, não demonstrando e nem expressando suas emoções.

Quando se percebe uma dificuldade muito grande em reduzir ou manter o peso, vale procurar ajuda profissional (além do nutricionista e do médico que acompanha seu processo) de um psicólogo também. No processo psicoterapêutico, o indivíduo terá a oportunidade de avaliar e pensar sobre suas dificuldades, aprender a lidar e compreender a sua relação com o alimento, visando sempre a superação das barreiras que o impedem de alcançar seus objetivos e o bem-estar bio-psico-social.

Tente sempre pensar, identificar e observar seus sentimentos, o quanto eles podem influenciar no seu dia-a-dia, no seu humor e na sua voracidade. No início não é fácil, mas com o tempo você se perceberá de outra maneira.

Tenha um ótimo final de semana!

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